terça-feira, 30 de outubro de 2012

BELIVALDO, O TADINHO

"Belivaldo Chagas é o grande saco de pancadas da política sergipana. Toda vez que ele leva um cascudo das circunstâncias, aparece um mané logo atrás para aplicar-lhe mais uma bordoada de brinde. Susana Azevedo aplicou-lhe um nocaute técnico por 13 a 9 na votação para Conselheiro do TCE. Mas o pior estava por vir."

Fica assim não. Depois piora
O secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, estabeleceu uma meta em sua vida política: se livrar da Secretaria de Estado da Educação. Para se livrar da Secretaria de Estado da Educação, ele faria qualquer coisa. Até mesmo participar de um dos mais obscenos e caudilhistas processos de seleção da atual estrutura política nacional: a escolha de conselheiro para um Tribunal de Contas do Estado. Então Déda acabou. As chances de Belivaldo ser escolhido diminuíram fragorosamente. Quando Belivaldo se viu entre um governo arrasado politicamente de um lado e uma secretaria arrasada estruturalmente de outro, seu desejo de cair fora aumentou desesperadamente. Suas chances já não importavam. O que importava era o sono tranquilo de quem, pelo menos, tentou

Belivaldo esteve certo o tempo inteiro. Abandonar a Secretaria de Estado da Educação é a melhor coisa que alguém pode fazer por Sergipe. Se Sergipe é o estado que mais se gaba pelo seu pioneirismo em certas áreas – devido a algumas facilidades infraestruturais e comunicativas –, deveria finalmente fazer algo de aproveitável e inovador e entregar toda a educação à iniciativa privada. Não são os péssimos números do IDEB que fundamentam isso. São os graciosos rabiscos de “lave-me, estou presizando” nos pára-brisas dos carros dos desleixados professores da Universidade Tiradentes. São as dancinhas mal ensaiadas dos estudantes durante festinhas de grêmios estudantis. São os discursos em defesa das cotas para estudantes do ensino público. São as notícias revigorantes do site da Secretaria de Educação.

O site da Secretaria de Educação não se contenta em obedecer ao princípio constitucional da publicidade dos atos governamentais. Ele também passou a ser o grande oráculo do governo. Com os olhos no futuro, ele anuncia que “investimentos de mais de R$ 44 milhões do Proinveste [sic] vão revolucionar a educação profissional de Sergipe”. No universo do departamento de comunicação da Seed, o Proinvest já foi aprovado e investido. Só falta saber o que anda sendo feito com os recursos que o governo já tem.

Não é preciso ir muito longe para constatar o que vem sendo feito.
A notícia mais relevante divulgada pela Seed nos últimos dias dá conta de que o governo organizou a formatura de 155 alunos de cursos técnicos profissionalizantes. Desses 155 formandos, 111 estavam se formando através de um programa federal. A conjuntura é clara. Além de ser a Rejane Rios do governo dedista, a Secretaria de Educação se priva da preocupação com o ensino para exercer outra função: a de setor de cerimonial de Aloizio Mercadante. 

Comandar uma coisa como essa não deve ser algo recompensador. Recompensador é sair. Se for por cima, melhor. O problema é que Belivaldo Chagas é o grande saco de pancadas da política sergipana. Toda vez que ele leva um cascudo das circunstâncias, aparece um mané logo atrás para descer-lhe mais uma bordoada de brinde. Nesta terça-feira, Susana Azevedo aplicou-lhe um nocaute técnico por 13 a 9 na votação para Conselheiro do TCE. Mas o pior estava por vir. Cinco minutos depois, o governador tuiteiro resolveu fazer-lhe uma espécie de saudação. “O TCE acaba de perder um grande Conselheiro, mas o Governo continuará contando com um excepcional Secretário de Educação: Abração, Belivaldo!”

Tudo o que Belivaldo queria era dormir tranquilo por ter tentado sair. Agora, irá dormir lembrando o buraco para onde
terá de voltar.

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