terça-feira, 9 de outubro de 2012

GOING BACK TO BAHIA


Quando João Alves e Jackson Barreto sentam suas bundinhas septuagenárias em um mesmo sofá para distribuir amenidades para a imprensa, significa que o assunto eleições 2012 já acabou. É hora de tratar de coisas mais importantes. Complicado é achar algo de importante para se comentar em Sergipe. A acusação dos irmãos Amorim de que a Secretaria de Comunicação do Estado suborna uma rádio para difamá-los? Isso não é notícia. Enquanto não chegarem ao governo, os Amorim acusarão qualquer um de qualquer coisa. Enquanto não sai do governo, a atual Secretaria de Comunicação vai continuar seu esforço de comunicar qualquer coisa, menos o que o governo está fazendo.

A romântica e sutil troca de gentilezas entre Claudio Nunes e Diógenes Brayner? Porre. Mas sintomática. Quando um jornalista é notícia de outro, significa que o repertório de pautas realmente anda no vermelho - o que não é algo pouco recorrente para ambos acima. Quem sabe, então, a festinha particular do Dataform por ter acertado na mosca os números das eleições? Não vale a pena. Mas sejamos solidários. Ainda que a imprensa sergipana há muito tenha privado suas dezenas de leitores de alguma emoção ou surpresa, não tiremos dela o direito de se emocionar e se surpreender consigo mesma.

Talvez o retorno do governador Marcelo Déda ao estado seja algo relevante. Pensando bem, não é. O governador Marcelo Déda só interessa quando é governador. Quando é um personagem magnético do adesismo e da constrangedora bajulação que o cerca durante sua temporada como paciente, a recomendação mais saudável para quem exige pertinências é ignorá-lo completamente.

Sergipe é um estado prolífico em releases, mas está sem notícias. Para dias assim, talvez o mais adequado seja aceitarmos, por 24 horas, nossa condição implícita de quintal da Bahia. Por lá, os assuntos do momento são muito melhores do que os nossos. Estão discutindo em Salvador, por exemplo, o lançamento do novo disco de Ivete Sangalo. Muito melhor do que saber o que Jackson cochichou no ouvido de João Alves. Outra boa da Bahia é a relação de celebridades de terceiro escalão que não se elegeram, como Compadre Washington. Muito mais interessante do que saber o que a Secom vai deixar de fazer amanhã.

Se Sergipe deixasse de lado sua petulância em ser um estado e voltasse ao seio baiano, talvez compartilhássemos de índices socioeconômicos piores. Mas, definitivamente, não precisaríamos aguentar Claudio Nunes, Diógenes Brayner ou as preces pela doença de Déda.

Um comentário:

  1. É isso. Clap, clap, clap, clap. Se não fosse você, não seria este texto.

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